O controle de estabilidade é considerado por especialistas como a maior inovação em segurança automotiva depois do cinto de segurança. Ele age para evitar acidentes antes que os airbags de seu carro, por exemplo, precisem entrar em ação.
O Latin NCAP dará cinco estrelas apenas para os modelos que forem equipados com o dispositivo. Popularmente chamado de ESC, sigla em inglês para controle eletrônico de estabilidade, ele é obrigatório na Europa e pode se tornar compulsório no Brasil. Já deu pra perceber que ele é importante.
Mas como funciona? Entenda abaixo.
Por que eu preciso de um carro com ESC? O ESC impede que você perca o controle do carro em situações de risco, como curvas fechadas, desvios bruscos de rota e pisos escorregadios. Ele é capaz de reduzir acidentes fatais em 43%, de acordo com um estudo feito entre 2004 e 2006 pelo IIHS, instituto de segurança viária dos Estados Unidos.
Um levantamento realizado em 2006 pela NHTSA, órgão federal que regulamenta o setor de transportes norte-americano, aponta que 83% dos capotamentos de SUVs foram evitados pelo dispositivo. O item também é apontado por especialistas como a maior inovação em segurança automotiva depois do cinto de segurança.
Como eu sei se meu carro tem controle de estabilidade?
Um botão serve para desligar seu controle de estabilidade. Esse é um dos indicativos da presença do item no carro. Vale ressaltar que não é recomendado desativá-lo. Outra maneira de identificá-lo é consultar o manual ou a ficha técnica do modelo, em que o item costuma ser representado como ESC, sigla para “controle eletrônico de estabilidade” em inglês.
Além de ESC, existem outros nomes para o controle eletrônico de estabilidade?
Sim, pois muitas vezes a escolha do nome fica a critério da própria montadora. VSA (Vehicle Stability Assist), por exemplo, é como a Honda se refere ao seu controle de estabilidade. A Mercedes, por sua vez, usa o termo ESP (Electronic Stability Program). Outros nomes comuns são AdvanceTrac, Dynamic Stability Control (DSC), Dynamic Stability and Traction Control (DSTC), Vehicle Dynamic Control (VDC), Vehicle Stability Control (VSC), Vehicle Skid Control (VSC), Vehicle Stability Enhancement (VSE), StabiliTrak e Porsche Stability Management (PSM).
Quando o sistema sabe a hora certa para entrar em ação?
O controle de estabilidade consegue identificar se o movimento feito pelo motorista corresponde à direção real em que o veículo está se movendo. Se ele detecta que o condutor vira o volante para o lado contrário ao que o carro está indo, entra em ação.
Como ele faz para detectar isso?
O controle de estabilidade lê dados enviados por sensores que calculam a velocidade das rodas e a inclinação da direção. Há ainda o sensor de guinada, que funciona como uma espécie de pêndulo interno que calcula o movimento lateral do carro. “Quando o motorista vira um pouco o volante, o sistema sabe que, com aquela virada, o carro deveria ter um certo giro para conseguir fazer a curva. Se a pessoa vira o volante e o carro gira mais do que o ESP espera, significa que a pessoa está perdendo o controle”, explica Leimar Mafort, chefe de engenharia da Bosch.
Existe alguma chance de ele se tornar obrigatório em nosso mercado?
Sim, de acordo com o Denatran (Departamento Nacional de Transito), a normativa para tornar o ESC obrigatório foi proposta para o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) e está sendo discutida na Câmara Temática de Assuntos Veiculares. Nela, são feitos debates entre órgãos de governo e entidades da sociedade civil. Como essa câmara é um órgão de assessoria ao Contran, não tem poder de decisão. Por isso, a proposta precisa voltar ao Contran para sua decisão final.